Täkillyä apresentaram-se ao mundo a 22 de novembro de 2022 com o videoclip do tema “Forsaken” mas só no passado mês de fevereiro, lançaram o seu EP de estreia “Darkness Within – Vol. I”, composto por 5 temas.

Não sei porquê, mas lamentavelmente pouco ou nada se ouve ou lê sobre esta banda portuguesa que define o seu som como “metal moderno”, seja lá isso o que for, pois o que realmente me interessa é se gosto ou não do que fazem. E neste caso, gosto muito. Aliás, à medida que o tempo passa e as minhas audições de “Darkness Within – Vol. I” aumentam, vou gostando mais (talvez esta coisa do metal moderno, para quem já cá anda há meio século, necessite de tempo…).

“Darkness Within – Vol. I” é um trabalho que capta a atenção pela força e pelo contraste/dualidade. Pela força instrumental de uma bateria que assume características insanas em alguns (muitos) momentos, pelo baixo dedilhado de forma crua e dura e pela guitarra que em alguns momentos é como o elemento apaziguador da loucura pela qual a secção rítmica vai em crescendo. Mas não se enganem, porque este “apaziguador” é conseguido pela melodia sem, no entanto, deixar de ser forte e contundente. Associada a toda esta força instrumental temos o contraste/dualidade da voz que ora sai das entranhas como um demónio que rasga o ser a que pertence, ora assume uma limpidez e clareza quase naïf… quase!, porque na verdade, quando escutada com atenção, esta voz limpa sai como se estivesse contida para logo de seguida se libertar na sonoridade mais “suja e rasgada”.

Esta dualidade de tons vocais é algo que me agrada muito, especialmente quando nos consegue fazer mergulhar na escuridão interna das nossas mentes, na dualidade oscilante entre a insanidade frenética e a sanidade aparente da contenção. Com letras fortes e obscuras, as canções de Täkillyä não são canções para se ouvir, mas sim para se escutar e mergulhar. E é importante que te prepares, porque em alguns momentos é como se a tua própria mente te falasse, mutilasse e esbofeteasse para que tomes consciência de quem és.

Pela minha parte, e porque este EP é o Vol.I, aguardo com bastante expectativa pela sua continuidade.